Meu Malvado Favorito é um dos maiores sucessos da animação infantil dos últimos anos. A história gira em torno de Gru, um vilão que se apaixona por três órfãs adoráveis e acaba mudando sua vida para protegê-las. Ao longo do filme, vemos muitos personagens, incluindo minions, sua equipe de malfeitores e os pais adotivos das crianças. Mas o que podemos dizer sobre a representação de gênero no filme?

Em primeiro lugar, devemos considerar que o Meu Malvado Favorito apresenta uma narrativa bastante estereotipada em relação aos papéis de gênero. Gru é o protagonista masculino, assombrado por um irmão gêmeo bem-sucedido que chega a ter um estilo de vida mais feminino que ele. As crianças são todas meninas, representando pureza, inocência e doçura. O público infantil é exposto a imagens bastante binárias e excludentes em relação às expressões de gênero.

Mas o que dizer dos personagens neutros como minions, animais de estimação e outros seres que não possuem gênero aparente? Esses seres são tratados de forma muito limitada em termos de suas características, representando apenas objetos de ação e comédia. Além disso, mesmo em seres animados, é possível perceber comportamentos que reforçam a dicotomia de gênero, como a divisão de tarefas entre os minions, por exemplo.

Outro aspecto a ser considerado é que o Meu Malvado Favorito não apresenta qualquer personagem LGBTQIA+. Isso pode ser prejudicial para crianças LGBTQIA+ que não encontram representatividade em um filme tão popular. Além disso, para as crianças que não se identificam com os estereótipos de gênero apresentados no filme, pode ser difícil se conectar com os personagens e a mensagem transmitida.

Todavia, também é importante notar as nuances da masculinidade apresentadas no filme. Gru e seu irmão, por exemplo, lutam para terem aprovação masculina em suas vidas, demonstrando a pressão que muitos homens sentem em relação a seu gênero. O filme também mostra que os personagens masculinos podem ser gentis e amorosos, quebrando a ideia de que homens devem ser rudes e agressivos.

Por fim, é fundamental lembrar que a representação de gênero é subjetiva e pode ser percebida de diferentes formas pelos espectadores. É papel dos adultos promoverem a discussão sobre esses temas com as crianças, estimulando o pensamento crítico e a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. Ao assistir Meu Malvado Favorito, podemos iniciar essas conversas e questionar os padrões de gênero presentes no filme.